Eu faço das pessoas minhas casas. Se calhar não entendes a analogia porque não sabes como é estar numa casa nova a que tens de chamar tua, mas quando mudamos de casa de início é estranho, parece que não pertencemos ali e então começamos a explorar, a encontrar esconderijos e a descobrir os segredos e eventualmente os cantos mais cómodos em que te podes abrigar. E depois de algum tempo não importa o quanto te afastes é para ali que voltas sempre, e quando estás mal sabes que podes voltar, é um porto de abrigo em que estás à vontade para seres tu, para chorar, para tudo, é onde podes estar confortável. Mas aos olhos dos outros isto pode parecer um abuso, pode-se tornar um inconveniente, como se estivesses a abusar da hospitalidade de uma casa que não é a tua apesar de sentires que é, e essa rejeição é como se te expulsassem do único sítio que conheces. Para mim é isso que sinto contigo, penso ti como aquele com quem quero estar, onde posso repousar as ideias e não me preocupar com mais nada.
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