terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Forget about me

Às vezes,  como a tantas pessoas,  ocorre-me o pensamento de que era mais feliz antes. Mas lembrei-me de que mesmo em criança desejei em várias ocasiões que a minha tristeza me fizesse dano,  me fizesse doente,  porque talvez assim abrissem os olhos para ver que eu estava ali e que o que faziam me afetava... E isso não é normal,  não devia ser normal para uma criança desejar tal coisa. Não devia ser normal acreditar que apenas doente me dariam atenção...
Outra coisa é eu não entender os meus próprios sentimentos,  por um lado afeta-me magoar os outros por não demonstrar sentimentos por eles,  embora me tenham magoado do mesmo modo dantes, talvez por isso mesmo me afete mais,  mas por outro acho que o merecem e não tenho qualquer vontade ou forças para mudar. Não sei,  já só estou a disperçar ideias para aqui numa espécie de desabafo. É difícil lidar com tanto ao mesmo tempo. Ainda mais porque estou sozinha e tenho consciência de que sempre estive e custa mesmo tanto quando me obrigam a olhar nos olhos enquanto me dizem que posso confiar neles quando precisar quando passei estes anos todos a iludir-me disso mesmo e sei que não é verdade mas ainda assim tenho de acenar e forçar um sorriso enquanto digo que sim. O que querem de mim? Talvez me vejam indiferente e não lhes chegue,  querem levar-me ao fundo... mas eu já lá estou,  não consigo ir mais,  não consigo dar mais. Só quero que me deixem em paz... Passei uma vida a tentar que olhassem para mim e me vissem a crescer,  e agora só quero poder crescer silenciosamente,  mas não me deixam.... Esqueçam-me... Não peço muito,  só que me esqueçam.

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